Home / Eventos / MÉDIUM X UMBANDISTA

MÉDIUM X UMBANDISTA

 

Quando fui convidada a escrever um texto em 04 dias, fiquei pensando em um tema… E quando deitei a cabeça no travesseiro me veio este título “Médium x Umbandista” em mente.  Acho importante ressaltar que na época em que escrevi este texto (ano de 2014) eu não era mãe de santo, não era mãe pequena, não tinha hierarquia alguma na casa que frequentava e por tanto este texto é simplesmente um ponto de vista de uma umbandista que tem fé e acima de tudo muito amor pela sua religião. Hoje sou mãe de santo e dirigente do Terreiro Caboclo Akuan, mas mantive o texto original escrito em 2014. 

 

Muita gente pensa que ser umbandista é a mesma coisa que ser médium! Se engana quem pensa assim.

Médium todos nós somos, alguns desenvolvem essa mediunidade, outros não.

Agora ser umbandista vai muito além…

Pra mim, o médium é aquele que tem uma missão, seja através da incorporação, audição, visão, clarividência, psicografia, intuição, sonividência, podendo desenvolver ou não. O médium pode ou não frequentar um terreiro. Pode ou não querer desenvolver essa mediunidade. Claro que não podemos generalizar, mas muitas vezes o médium é aquele que quer incorporar e receber sua entidade, porque acredita que esta é a forma de “participar” e ajudar nos trabalhos.

O umbandista não…

O umbandista sabe que o trabalho mediúnico começa antes mesmo dele chegar no terreiro, que a ajuda e participação nos trabalhos não depende somente da incorporação, mas depende dos cambones, depende da curimba, depende da corrente… E principalmente da força da corrente com suas palmas, sua dança, seu canto, gerando ali uma energia indescritível durante os trabalhos.

O umbandista está ali simplesmente por amor.

Amor ao próximo, amor a casa, amor a religião, amor as entidades, amor aos orixás, amor aos irmãos, amor ao Pai de Santo…

Ser umbandista é defender sua religião e levantar a bandeira, falar de sua religião para que os que não a conhecem tenham a oportunidade de ver que não há demônios, diabos ou coisas do gênero que muitos sem conhecimento acreditam ter. É propagar a umbanda e não ter vergonha e nem medo de dizer “eu sou umbandista” com medo do preconceito ou dos comentários.

Eu penso que nem todos os médiuns que estão dentro de uma casa de umbanda são umbandistas.

Além disso, o umbandista não precisa estar de branco dentro da gira, ele pode, e muitas vezes estão ali fora na assistência.

Em minha opinião o umbandista não precisa ser médium.

Ser umbandista é querer o bem sem olhar a quem, dentro e fora do terreiro.

 

Mãe Carol de Ogum 

Dirigente Terreiro Caboclo Akuan 

04/04/2014

Deixe um comentário